Saudades do futuro
Como era estranho,
sentir saudades do que não viveu.
Sucumbia a solidão de outrora,
com o presente que Deus ainda não lhe deu.
O sentir quase bastava,
a saudade não era vazia,
pois mesmo distante fisicamente,
o amor já lhe preenchia.
Era pura e gratuita a magia,
sem espera de reservas ou domínio,
o quase nada lhe sendo tudo,
mesmo não sendo tudo que queria.
Sobrevivia à esperança,
não poderia desistir,
pois não era decisão sua,
necessitava se permitir.
A permissão em silêncio,
era o que lhe restava.
Seus gritos internos,
a ela não incomodava.
Em sua loucura,
deliciosamente insana,
a sobriedade embriagava,
com o malte de quem ama.
O encontro aparentemente casual,
não podia ser dádiva sem sentido.
Não existe equívoco em Deus,
muito menos em seu desígnio.
Só era preciso compreender,
seja na alegria ou na dor,
que os dogmas são humanos,
E que de Deus só o amor.
A voz, o silêncio, a lágrima e o sorriso.
- Tarcisio Bruno –
Quando o poeta com o coração feliz fala.
As rimas se eternizam em cada segundo.
Pois com a poesia a alma resta enfeitiçada.
No encanto do melhor sentimento do mundo.
Às vezes o poeta triste silencia.
E cada segundo sem amor parece uma eternidade.
Tempo que não falta versos e nem magia.
Para demonstrar a tristeza e infelicidade.
Em outro momento o poeta consegue sorrir.
Ao fazer o sentimento em letras tocar.
A alma de outrem que tenta conseguir.
No sentimento do escritor se acalmar.
Porém o poeta também precisa chorar.
Em palavras e virtudes que viram defeito.
No som mudo que faz o olho falar.
Com as lágrimas duras que apertam o peito.
E com o catálogo de sentimentos ele seguiu.
Não sabendo de forma exata onde vai chegar.
Pois não sabe dizer se amou o amor que não sentiu.
Ou se sentiu o amor que não soube amar.