Saudades do futuro
Como era estranho,
sentir saudades do que não viveu.
Sucumbia a solidão de outrora,
com o presente que Deus ainda não lhe deu.
O sentir quase bastava,
a saudade não era vazia,
pois mesmo distante fisicamente,
o amor já lhe preenchia.
Era pura e gratuita a magia,
sem espera de reservas ou domínio,
o quase nada lhe sendo tudo,
mesmo não sendo tudo que queria.
Sobrevivia à esperança,
não poderia desistir,
pois não era decisão sua,
necessitava se permitir.
A permissão em silêncio,
era o que lhe restava.
Seus gritos internos,
a ela não incomodava.
Em sua loucura,
deliciosamente insana,
a sobriedade embriagava,
com o malte de quem ama.
O encontro aparentemente casual,
não podia ser dádiva sem sentido.
Não existe equívoco em Deus,
muito menos em seu desígnio.
Só era preciso compreender,
seja na alegria ou na dor,
que os dogmas são humanos,
E que de Deus só o amor.