Tarcisio Bruno
Das palavras que não te disse
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Textos
 
Em um sonho insano ele viveu um grande amor,
que em vida, com sua real demência, não lhe seria permitido.
Em sua quimera o sentir não virava lágrima,
posto que era sorriso, mesmo demasiado triste.
E era amor em forma d’água,
que encharcava deveras a alegria fugaz.
Quando o pensar era sorriso incontido,
as palavras revelavam o inconfesso e escondido,
fazendo poesia em rimas aladas
só dentro do peito sentidas.
E embora não magoadas no desejo de se encontrar,
as frases eram gestos tímidos,
com expressões passionais as mais variadas,
que sempre convergiam para o caminho único
de uma última estrada desejada.
Era uma trilha enamorada
que fazia destino
uma estória antes algoz e represada.
Libertava o sol de densa chuva
com raios enclausurados de amor.
E como frágil sonhador,
tornou-se um anjo sem asas,
que no voo solene encontrou a liberdade do poder dos sonhos,
onde ninguém aprisionava seu sentir,
tampouco encarcerava seu desejo.
E o amor não se podia matar,
pois no devaneio de cada voo aberto,
ele ia onde a palavra queria chegar.
No horizonte que era só dele,
ninguém poderia lhe prender,
ninguém poderia lhe matar.
A brisa que tocava seu rosto nas alturas
enxugava seu rio de tristeza,
para no infortúnio de suas certezas
encontrar sua mentira mais verdadeira...


 
 
Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 07/03/2016
Alterado em 30/08/2017
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