Quando o sempre não é todo instante.
- Tarcisio Bruno –
Às vezes quedada na dor,
a vida enverga a alma,
e traz o infortúnio que não é desamor,
rogando ao tempo clemência.
Os tropeços ou erros embora falhos ou incoerentes,
são desígnios que enlevam no sofrer,
em cátedra de tristezas não desejadas.
Fazem esquecer o que se pensa saber, mas não se sabe.
Desconhece fora da virtude quando se peca.
Igual tenra criança sente dor sem saber senti-la,
porém abstraída da misericórdia chamada inocência.
Aprende a levantar-se em luz,
na fé que em força conduz,
em homília de ensinamento chamada resiliência.
As feridas e arranhões têm a cor púrpura,
que no sândalo do amor adquirem a coloração da paz interior.
Branca como uma nuvem de renascimento,
clara como a lágrima que limpa.
E a dor que se imagina perene,
sucumbe em momento que vira melhor instante,
no segundo em que a vida volta vibrante,
no instante em que acreditamos ser para sempre.
Quem sabe até o próximo momento de dor.
Quem sabe até o próximo instante de paz.
Mas que venham os momentos e instantes,
que apesar de nossos dias errantes,
um dia serão segundos eternos...
Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 27/04/2016