Mother II
- Tarcisio Bruno -
Criaram em maio uma data para comemorar.
O que deveria ser sempre e todo instante.
E ainda que no céu consegue nos abraçar.
Já que dentro do peito, nunca distante.
Queria neste dia voltar a ser pequenino.
Para quem sabe em milagre ao teu ventre voltar.
Tentando refazer a história triste de menino.
Que por lapso da vida a infância fez roubar.
Desejaria repartir os bobos segredos.
Naquela idade tenra que nos faz acreditar.
Que coisas tolas são fortes medos.
Que só nos braços da mãe é possível acalentar.
Sentir uma mão suave a acariciar o rosto.
Enxugando copiosas lágrimas sem raízes.
De pequenos cortes que causam desgosto.
Mas desaparecem logo sem cicatrizes.
A ausência de uma história ao lado é muito forte.
Ferindo e esmagando a alma, decerto.
De quem não pode cicatrizar este corte.
Já que não é mais possível está perto.
Não temos compreensão por alguns fatos.
E mesmo que desígnios doem tanto.
Mas em fé continuarei resignado.
Pois é inabalável mesmo em pranto.
Gostaria em vida de entregar uma flor.
No desejo de substituir palavras em glosa.
Num gesto incontido de amor.
Na flor imperfeita chamada Rosa.
Mas a vida tua mãe me deu.
Para cuidar deste frágil coração.
Fazendo dela o que também é teu.
Em três sentimentos de união.
E sei que neste dia não é mais possível abraça-la.
Mas a prece é amor e vai em frente.
Permitindo de longe ama-la.
Não no mês de maio, e sim eternamente.
E se nunca tive teu ombro.
Para uma possível lágrima derramar.
Não importa, sairei de qualquer escombro.
Porque sei que um dia irei te reencontrar.
Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 07/05/2016
Alterado em 07/05/2016