Quando o ódio esconde o amor.
- Tarcisio Bruno -
Amor e ódio são sentimentos distantes.
Que em algum momento pode o infinito fazer perto.
Em momentos curtos, que não são instantes.
Em instantes longos, que não são desertos.
A palavra enclausura distância.
Em gesto inábil que se revela ócio.
Quando em dor, desacredita quem ama.
Quando em raiva, faz acreditar em ódio.
E acredita com fervor.
Em início que é fim a divergir.
Que se o amor não deseja ser amor.
Que seja amor então o que há de vir.
Em vão será sempre a frágil percepção.
Que é natimorta em lágrima que se nega a chorar.
Pois habita só um sentimento no coração.
Não cabendo ódio onde se deseja amar.
E ainda que o amor pareça morte.
Não há de permitir o ódio nascer.
Porque mesmo se a dor foi mais que forte.
Foi na aparente morte que se aprendeu a viver.
E por fim é preciso compreender.
Que as vezes o ódio é amor escondido.
Por alguém que um dia fez sofrer.
Mas continua no peito, ainda que eternamente ferido.
Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 19/05/2016