O livro
As vezes deste inacabado livro releio páginas
Jamais à procura de um sentido
Ora revejo rio que foi lágrima
Ora avisto nuvem que foi riso
As letras descerram algo acontecido
Em versos e rimas improvisadas
Cada instante que principia um capitulo
Também é história finalizada
Mas não há na leitura nostalgia ou frustração
Seja em alegria ou lamento
O que se procura é a percepção
Do aprendizado que ensina cada momento
À obra não é mister atribuir título, já que incerto
Pois cada página possui seu roteiro em alusão
E se o término não chegou, decerto
E porque o fim ainda está em construção
A apresentação é um prólogo de carinho
O agradecimento, um rito de emoção
No roteiro o amor é indubitável caminho
Uma busca incansável do coração
Que reste ao final do espetáculo escrito
Um compêndio da peça que ninguém duvida
Apresentando um glossário de amor repetido
Que é o melhor epílogo para a vida
E nenhuma página será arrancada
Nem reescritas serão
Pois o que foram têm indelével morada
No rascunho da vida que não foi em vão
E do livro serei ator
Roteiro verdadeiro meu
No script que representa o amor
Maior dom que Deus me deu
Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 23/06/2016
Alterado em 01/08/2017