Tarcisio Bruno
Das palavras que não te disse
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Só os tolos amam
 

Quero esquecer por algum tempo
Quem sabe por uma infindável brevidade
Tudo que ainda não sei
E que talvez jamais irei aprender
Pois quando o sonho é intangível
O peito resta medieval
Quem suportaria uma segunda tempestade
Quando a alma é um castelo de areia
Já arruinado na ventania da lágrima
E destruído na tempestade da dor
Não desejo mais chorar
Pelo sentimento que ainda não tive
Procuro atento me conhecer
Porém desleixado não sei onde me encontrar
E diante de olhos náufragos
Vejo-me imperfeito no espelho
Pois cego da vida
A visão parece fenecer
Resta uma sombra de minhas loucuras
Onde estou?
Quando aquele sol morre no crepúsculo
Parece se esconder em firmamento
E se esconde de mim...
Mas porque buscar uma luz
Se ela está dentro do peito
E brilha perfeito
Ainda que não a veja
E se o peito parece não bater
Já que envolto em silêncio
Ele se faz absorto em dúvidas
Que nem o tempo parece decifrar
O silêncio só os tolos escutam
Porque só os tolos amam
E quando também não encontro a lua
Já que é em vão tocar as estrelas
Elas me negam o brilho da esperança
Fazendo-me cadente
Mesmo que na terra
E fingindo um caminho no horizonte
Onde os passos bambos e trêmulos não podem levar
Só chego a lugar nenhum
Que só cabe em um sonho outrora perdido
Mas este lugar só os tolos conhecem
Porque só os tolos amam
Então se amo
Sou tolo no caminho que não encontro
Mesmo que não saiba
E continuarei andando
Ainda que não tenha descoberto
Ainda que não possa chegar
Porque só os tolos amam...
 
 
Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 26/10/2016
Alterado em 26/08/2017
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