Carpe diem!
Está difícil abrir os olhos?
O sono só chega
quando o dia amanhece?
A noite é longa em reminiscência
quando se vive um museu de lágrimas.
A escultura de triste saudade
sempre será uma lembrança
que machuca demais.
As palavras ditas ao coração
não apagam sentimentos
se forem só palavras.
Ainda que belas,
são apenas máscaras,
e não conseguem matar a morte.
Enquanto uma máscara resistir
para não despir a face sobreposta,
apenas a dor conseguirá fazer assomo.
Só a lágrima alcança o espírito.
A dor também é a beleza da vida.
Ela ensina a sorrir.
Mas é preciso viver um novo dia,
e mesmo que nublado
com as nuvens das decepções,
o sol lá se encontra,
mesmo que não se deseje,
ainda que não o veja.
E para sentir a dádiva do riso da vida,
é preciso terminar o dia de ontem.
Não se vive duas vezes o mesmo passado,
como não se molha na mesma água,
embora seja corrente de um mesmo rio,
e até mesmo quando o coração lá permanece.
O que passou não vai mudar,
e o presente é a água do amor,
um abrigo d'alma,
como um sopro de esperança,
uma viagem em bem-aventurança.
Carpe diem!