Dizem que amar é ser louco
E só quem não ama é são
Mas quem não ama é tão pouco
Já que falta um coração
É melhor ser um insano que sente
Do que ter a lucidez da normalidade
Pois se um peito que ama é demente
O que não sente é temeridade
Quando a loucura faz morada
O amor voa sem discernimento
Habita o íntimo d’alma
São asas de sentimento
Não amar é não viver
Ainda que o corpo pareça vivo
É fazer o peito fenecer
E não conhecer a loucura do paraíso
Teratológica é a sobriedade
Quando embriaga sem emoção
Prefiro morrer no hospício da insanidade
Do que ser eterno no asilo da solidão