Soneto da despedida
Ao amor que devora tanto serei pouco
Debalde afogar-se em um rio de lágrimas
E quando a ausência é um silêncio louco
A solidão torna-se companhia d’alma
Gritarei para este maldito momento
Que o tempo é nada na agonia de quem ama
E se há sofrimento em eterno sentimento
Que se busque o efêmero que desencanta
Não farei panaceia da saudade, nem morada
E nem vã esperança será estrada
Já que a dor no peito ensina
E mesmo que não te esqueça um tanto
Não viverei a memória da morte em um pranto
Para fenecer na vida de uma despedida