Soneto da saudade e do esquecimento
De todas as lembranças que ainda sinto e talvez guardei
Tento esquecer inteiro cada pedaço de dor
E quebrado vejo, naquele quadro de amor
A pintura mais bela que um dia amei
E quando triste perco as saudades que senti
A despeito da morte, que é o caminho de quem ama
Fica na memória os esquecimentos que vivi
Para verter em lágrimas o que ontem foi chama
Se a lembrança, para a tristeza é um veneno
No esquecimento, o peito fica tão pequeno
E sem saudade não se acalma
À parte deste maldito tédio
Não desejo para o corpo o esquecimento como remédio
Prefiro a saudade que mata e faz viver a alma