Há lágrima que de tão forte não se deixa explicar
E molha seco a alma como uma catarse perene e sem disfarce
Verte na face como orvalho que deseja amar
E só se acalma quando beija o lábio de uma saudade
Não há sentido nas palavras que possam descrever
O que no peito transborda sem qualquer perdão
E em luta com a solidão em medo apenas procura viver
Para em resgate da morte remir o coração
A noite nunca termina num rio de incertezas
Em assomo que mostra a dor mais verdadeira
De quem mesmo chorando não deseja partir
E ao florir no amanhecer que chega inefável
Compreende a beleza da tristeza amável
Para em dádiva fazer uma lágrima sorrir