PARÁBOLA DO SEMEADOR DE VERSOS
Corro solitiário para ti,
órfão de teu beijo,
inundando-te talvez de vã poesia.
Cônscio destas rimas ofereço tudo,
mesmo sabendo que nada tenho.
A ferro e fogo sobrevive a alma,
em assomo que é a metáfora
do amor que se faz talvez desesperança.
E estes versos que são sementes,
são jogados de saudade em saudade
para vencer pedras, sol e espinhos...
Germinando o amor em parábola,
ainda que melindre mansa voz,
faço derrota teu silêncio.
Pois tua boca fechada,
mesmo que oculte os mais belos lábios,
não consegue esconder
teus olhos a sorrir!