A saudade é uma carta d’alma,
missiva, como gardênia, que perfuma e encanta,
memória secreta que abrasa e acalma,
lembrança que incendeia na falta de quem se ama.
Lembrar é amar o que não se esquece,
e amiúde sorrir e chorar o que ainda se vive,
sangue nas veias que incinera e não arrefece,
coração que não bate, mas resiste.
Ao amor é defeso o esquecimento,
sem reminiscências, morre-se sem partida,
e é melhor a catarse das próprias exéquias sem sofrimento,
do que morrer sem amor e viver sem vida...