TUA PRESENÇA EM SÉPIA
Contemplo tua fotografia envelhecida com o tempo,
e verto na face saudades perdidas e orvalhadas.
Por que amo o que vejo e não o que observo?
Porque no retrato encontro o que foi perdido,
e isso comove e alimenta uma fome de beleza.
A tua presença não me diz quando chega,
e nem a escuto quando vai embora.
Minh'alma se sente sozinha, talvez desacompanhada...
Não há mais sede em tua falta de água e desejo.
Nada!
Amo tua lembrança em sépia,
porque o maior desejo dos olhos
não é ver a boca,
mas sentir o beijo que não se tem,
e não é tocar a pele,
mas gozar o corpo que não se possui...