Tarcisio Bruno
Das palavras que não te disse
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TEMPESTADE E CALMARIA

 

 

Há um belo que é visto,
e outro,
que os olhos apenas sentem...
Essa beleza oculta,
apenas no peito e na alcova revelada.
Se o que tens me pertence,
e o que não tens me procura,
deixa que o açude como beijo molhe
essa loucura do alto contemplada.
Sinta o escândalo dessas mãos
a queimar tuas brasas
com a fome e o fogo que alimenta,
mas não sacia,
porque sempre depois dessa calmaria esperada,
vem sempre outra tempestade de desejo.

Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 24/02/2024
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Do vinho das lágrimas vem a sobriedade do riso
 
A despeito da dor,
à parte de toda tristeza
rasgada no peito,
as lágrimas insistem em sorrir...
Como uma ópera grega
em ode lírica da vida
que canta alegre a alma,
e por isso uma catarse que não corrompe.
De ausência em ausência
vou construindo quase sem forças,
a lembrança de um esquecimento
que ainda inexiste.
E se já o coração alheio
não o sinto,
perco a minha presença.
E o que me faz falta,
ontem não lembrei,
para hoje esquecer
e não ser sequer saudade,
pois o esquecimento é a luz
que a lembrança revela na escuridão do amanhã.
E só bebendo o vinho das lágrimas
É que se encontra a sobriedade do riso.